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quarta-feira, 25 de julho de 2018

Noite estranha

Ontem, a minha avó veio para nossa casa passar uns dias., porque o Titó foi para a praia com a namorada uns dias e nós não quisemos que ela ficasse sem ninguém por perto caso acontecesse algum imprevisto.
Hoje tive um sonho estranho.
Estava em casa, e ia-me preparar para tomar banho. Antes de começar a despir-me, a minha avó chamou-me, muito apressada, sem saber o que fazer. Perguntei-lhe o que se passava, e ela disse que ouvia o meu tio. Achei que ela estivesse um bocado maluca... Duvidei das suas palavras, porque... Bom, o tio morreu. Era impossível. Certo...? A minha avó disse que continuava a ouvir, e para eu escutar também. Por uns segundos, só havia silêncio entre nós duas: a minha dúvida e o seu olhar esperançoso. Até que...



 Tudo deixou de fazer sentido, também eu comecei a poder escutar a voz do tio. O timbre era exatamente o mesmo.
 O meu tio (ou um fantasma, ou simplesmente uma voz inconfundível... não sabia ao certo o que era) estava a chamar pela mãe, pelo irmão e pelos sobrinhos de que tanto gostava: queria saber se estava alguém em casa. O meu irmão, para variar, ainda estava a dormir - como estamos de férias, agora ele só costuma acordar à hora de almoço.
Impaciente, a minha avó sorriu e puxou-me pelo braço sem hesitar, quase como se voasse atrás do som, levando-me com ela. O som vinha do primeiro andar, logo acima das escadas, próximo do escritório do computador, da "biblioteca", próximo do quarto da minha avó e do outro, onde ele costumava dormir quando cá vinha. Ele estava lá. Em pessoa. Não era um fantasma, não era apenas uma voz. Era ele. Fisicamente, foi como se nada tivesse acontecido. Isto é, apresentava a sua cara verdadeira, o seu corpo normal, o meu tio de sempre.
A minha avó abraçou-se a ele de lágrimas nos olhos - lágrimas de felicidade. Eu não estava a perceber nada. Rapidamente me explicou que a sua morte tinha sido uma encenação. A doença que se agravou foi parte de um plano, poque pessoas poderosas o queriam aniquilar. Imagens do seu funeral me vieram à memória. Não era possível, nós vimos... Nós vimos. Ele compreendeu a minha confusão, e afirmou que era um boneco. O corpo que estava no caixão era um boneco. Eu acreditei. Era o meu tio, não tinha motivos para desconfiar. Acreditamos no que nos convém acreditar. Levámo-lo para a sala e ficamos à espera que os meus pais voltassem do trabalho. Pediu desculpa por não se ter revelado mais cedo, por não ter avisado que era tudo uma encenação, referiu que era para segurança dele e também pela nossa. E ficamos na sala, a a ver televisão, como se tudo estivesse resolvido, sem detalhes, sem estranhezas. Estavamos todos contentes, unidos, relaxados, como se não houvessem mais problemas.

Nos sonhos, tudo é possível. Quem me dera que fosse verdade.


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