Saí dali

Saí, senti vergonha de mim.
Vontade de correr, fugir, esconder.
Eles vão achar que sou esquisita.
Desnecessária.
Irritante.
Porque é que não fiquei quieta no meu canto?
Mas até nessas alturas me olham de lado.
Esta não sabe fazer nada.
Inútil.
Mal educada, nem sequer diz uma palavra.
Ou falo de mais, ou falo de menos.
Ora fico demasiado animada, ora demasiado contrariada.
Às vezes relaxada, outras vezes excessivamente preocupada.
E consciente. Talvez supraconsciente.
O que é pequeno, como eu, torna-se grande, no interior de uma imaginação sem fim.
Tão benéfica. Tão prejudicial. Tão seletiva, prefere coisas que não interessam, coisas que corroem as energias positivas.