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quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Dia 7/31day journal challenge

Esta publicação é parte da sequência do desafio de fazer journaling 31 dias para descoberta pessoa. A publicação original com tudo explicado está disponível aqui: www.  

• Dia 7 • O que é que sempre quiseste fazer? O que te impede de o fazer? •


• Dia 7 • O que é que sempre quiseste fazer? O que te impede de o fazer? •

Há várias coisas que eu adoraria fazer e experimentar, mas que não se concretizam, porque não posso ou não devo, há sempre forma de encontrar mil motivos para não fazer, e os desejos acabam por cair no esquecimento. Tentei de lembrar-me de algumas, mas talvez por ser o fim do dia, não me ocorrem muitas. Queria fugir de casa na adolescência, uma vez quase consegui, mas quando abri a porta foi o meu cão que fugiu e eu comecei a chorar muito enquanto corria atrás dele com medo que lhe acontecesse alguma coisa. Hoje em dia acho que já não se justifica simplesmente fugir de casa, mas talvez a vontade de um dia ir viver sozinha esteja a crescer cada vez mais dentro de mim - o que me impede de o fazer é ainda não ser capaz de me sustentar sozinha e nem tenho dinheiro para que o plano seja viável. Relacionado a fugir, tenho vontade de sair à descoberta, viajar pelo mundo, sem ninguém me dizer o que tenho ou não de fazer - novamente, o ponto crucial é o dinheiro que não tenho. Realisticamente tenho apenas ao meu alcance descobrir terras vizinhas com o passe dos transportes. Já é muito bom para mim, perder-me nas ruas e sentir cada detalhe, o vento, o mar, o rio, as cores das casas, as pessoas que passam, as árvores, flores, relva, vida. Com a pandemia e o confinamento, no período em que as nossas vidas sociais ficaram ""em pausa"", apercebi-me de que há tantas coisas que tenho adiado eternamente e que com este susto "será que nunca irei ter a oportunidade?"... Havia tantos lugares que eu queria visitar. Inclusivé ainda tenho nos marcadores favoritos do chrome uma pasta nomeada "lisboa" onde eu guardei sites da internet com sugestões de museus, parques, teatros, bibliotecas, lugares interativos de baixo preço/gratuitos de que gostaria de visitar quando tivesse um tempinho livre, por exemplo num fim de semana, ou numa sexta-feira, para explorar esta terra que tem tanta tanta coisa e da qual praticamente só conheço o caminho faculdade-casa, mas acabei por nunca ir a nenhum outro lugar por estar presa num ciclo vicioso de "agora não é uma boa altura... da próxima vez eu tento", e agora... agora nada. Dentro das possibilidades atuais, as vontades que têm estado presentes em mim ultimamente estão relacionadas com o desejo de uma mudança radical: pintar o cabelo e começar a usar alguma maquilhagem, fazer mais furos para brincos/piercings na orelha. Não é nada de especial, mas é uma vontade que eu já tinha desde muitos anos atrás e sempre fui impedida. Durante o confinamento fui capaz de fazer uma franja, algo que anseio há imenso tempo e sempre quis experimentar - não houve oportunidade melhor uma vez que, se corresse mal, ia apenas estar em casa e ninguém iria ver, então o medo de rejeição social amenou. Este desejo de mudança de visual, penso que advém de outro factor, que é querer libertar-me da insegurança, ansiedade, medo do que os outros vão pensar. Querer começar de novo como uma evolução daquilo que fui antes. Sempre tive muitas restrições pela parte dos meus pais ao longo do meu crescimento, e quando não as cumpria... Bom, conseguem imaginar que não foi fácil. Talvez o facto de serem ligeiramente  superprotetores fez com que desenvolvesse medo do mundo fora da minha bolha, talvez porque o medo que eles tinham diante mim trespassou e apoderou-se igualmente de mim também, ou talvez porque sempre que fazia algo errado (por mais simples que fosse) era encarado como se eu tivesse provocado o fim do mundo. Mas não foi apenas isso. Não. Digamos que o "mundo fora da bolha" desencadeou danos colaterais muito fortes independentemente das questões parentais - como se não bastasse em casa, a escola não foi fácil. Eu era diferente. E apesar de, desde muito pequenina acreditar que as diferenças eram boas, e nos tornavam especiais e únicos, essa ideia foi atirada de um penhasco abaixo quando percebi que as minhas diferenças eram o que causava todos aqueles comentários desagradáveis, piadas de mau gosto, risos maldosos, olhares depreciativos, solidão. E foi aí que, para além de ser insegura quanto aos perigos do mundo, sobre o que era certo e errado, sobre o que podia ou não fazer, também me tornei insegura relativamente aos outros, insegura relativamente a mim. Eu tinha que mudar, eu tinha de ser igual a eles, eu tinha que me integrar, eu tinha que ter amigos, tinha que ser bem vista. Mas não conseguia. Por mais que tentasse, a situação não melhorava. Comecei a odiar-me, comecei a fingir ser quem não sou, até que me perdi e deixei de saber, afinal, quem sou, quem fui, quem quero ser? São questões às quais ainda procuro resposta, penso que com o passar dos anos vou ficando mais perto, mas parece ainda tão longínquo... Talvez seja um paradoxo ao qual nunca saberei responder, mas tanto que procuro que aceitei este desafio de auto-descoberta na esperança que pudesse dar um novo passo, e parece que está a funcionar (esta reflexão já está enorme e profunda, e não era previsto... tenho de dormir). Resumidamente, estou na longa caminhada de tentar recuperar o que um dia foi jogado fora de um penhasco, ou então redescobrir algo melhor do que o anterior, e é um abismo/montanha (antónimos?) enorme que estou a percorrer. Penso que mudar radicalmente de visual deste modo - pintando o cabelo, usando maquilhagem, acrescentar brincos - iria ajudar a enfrentar medos pessoais e demonstraria a coragem que espero um dia interiorizar em mim, priorizar-me e não agir de acordo com o que os outros poderão pensar, ser eu própria sem limites, e todo esse processo exterior seria um auxílio na revelação e expressão do meu eu interior.

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