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terça-feira, 19 de setembro de 2023

tenho que agarrar o touro pelos bois

"Preciso de agarrar o touro pelos bois" - pensei para mim própria enquanto olhava para o teto do quarto.
São 2:30h da manhã e já não digo frases com nexo, é suposto "agarrar o touro pelos cornos". Mas eu nem gosto de tourada... é uma maneira de expressão. Não quero agarrar touro nenhum... só os monstros da minha cabeça que me tiram a respiração, e o sono, apesar de consumirem a minha energia, e corroerem o meu corpo exausto que já não condiz peça com peça.
Estou ansiosa para amanhã. Porquê? Porque tenho de acordar para a vida e tentar de novo. Não é propriamente uma situação de vida ou de morte, é só mais um dia normal... eu tenho estado a fugir e a esconder-me e a pensar em desistir, mas eu tenho que lutar, e pensei começar amanhã...
Por isso estou nervosa. E se mesmo assim eu não conseguir dar o meu melhor; e se eu der o meu melhor e nem isso ser suficiente? Se correr tudo mal, para quê desperdiçar dedicação a tentar? E se eu for bem sucedida mas no final nem gostar, ou não ter valido a pena o esforço? Se a experiência não for assim tão boa? Se era melhor ter ficado quieta? Se estou a tomar a decisão errada? E se for a ruína da minha família? E se for a decisão certa e estiver a desperdiçá-la? Será que irá ser uma experiência valiosa no futuro? Será que posso adiar para outra altura? Ou se não tiver mais oportunidades como esta? E se não for agora o momento certo? E se eu não estiver pronta? E se eu não for capaz? E se eu estiver a seguir o caminho mais difícil desnecessariamente? Mas acho que ambos os caminhos terão a sua dificuldade no mesmo nível, em diferentes parâmetros...
Eu sei que é isto que eu quero, mas quero assim tanto? Como é que eu balanço o peso das vantagens e desvantagens? E se acontecer alguma desgraça? E se estas emoções negativas forem a minha intuição, um sexto sentido, um aviso inexplicável em como seria melhor eu não ir? E se não forem só vozes da minha cabeça? E se, e se, e se, e se, e se...
E se... infinitos. Como o universo.
Eu só saberei se tentar. E é isso que tenho de continuar a fazer. O não é garantido. O não pode ser derivado de inércia ou de resultados neutros ou negativos. O sim só vai acontecer se alguém fizer alguma coisa. Há mais chances de acontecer o não do que o sim. Mas ainda há uma chance positiva, se não desistir. E eu não quero desistir. É por isso que estou ansiosa... porque sei que há a necessidade de mudança relativamente ao meu estado atual. E o meu estado atual obedece à lei da energia mínima... é mais confortável, fisicamente falando... mas as consequências corroem-me, e causam desconforto interno que trespassa para o meu corpo pequeno. Pois eu sei que algo muito melhor pode acontecer. Mas será que algo pior pode acontecer? Isso sempre... é um jogo de probabilidades e estatísticas. Tenho medo. Medo da rejeição. Medo de falhar. Medo da desilusão. Mas é o medo que terá de me mover. Parar é morrer. Enquanto viver sei que há a chance de alcançar algo melhor. Há uma esperança. Ficar de braços cruzados é mais fácil mas incomoda, consome, destrói. Se quiser ficar melhor, tenho de agir, tenho de mudar, tenho de tentar alcançar. Não quero ter arrependimentos... poderia ser mais fácil dizer "ah eu não consegui isto porque nem sequer tentei", mas no fundo acho que não me iria perdoar. Se bem que, no fundo, eu nunca me perdoo, não importa o que faça. De qualquer forma, é um arrependimento diferente. A vida é para ser vivida, e eu quero vivê-la.

2:59h da manhã. Vou dormir... xau

1 comentário:

  1. "Ficar de braços cruzados é mais fácil mas incomoda, consome, destrói". Fazer, agir, decidir também não é fácil. Por vezes a vida parece ser um grande impasse. Por vezes da vontade de apenas ser, sem pensar muito. Em fim, parece que li meus pensamentos aqui. Espero que tenha conseguido dormir nesse dia. Espero que esteja tudo bem.

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