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segunda-feira, 14 de agosto de 2023

sonhei três vezes e acordei quatro

Hoje acordei 4 vezes
E, entre esses 4 acordes, 
sonhei 3 vezes.

A minha alma tocou melodias harmoniosas
Dancei sem parar, cantei sem me cansar, 
Pintei um mundo colorido
Literal ou não, já não sei
Os vestígios que permaneceram na memória foram do que,
efetivamente,
Senti intensamente.
O que mais posso dizer?
Sonhei...

Amei...

Amei o que esses sonhos me proporcionaram.
Enquanto duraram. 

com o mesmo cenário, 
só que pintado de maneiras diferentes, 
só que de modo a traçar o mesmo fim, 
a mesma finalidade, 
a mesma felicidade,
através de cores distintas, 
tão semelhantes, tão animadas, tão contentes.

Seria um bom final, se não tivesse sido esbofeteada ao acordar. 
Como assim, e porquê?
Porque é que me concederam tamanho poder de magicar paz, esperança, alegria, liberdade, felicidade, e tudo de bom que se possa imaginar...
Para depois tudo me ser retirado? arrancado?

O que teve origem na mente vazou por células, e ar, e expandiu, espalhou-se por todo o lado...
Tal como um balão que encheu, encheu, cresceu tanto... e, sem mais nem menos, chegou ao ponto de rutura, ao limite físico, e puff... explodiu.

Arrancaram-me tudo, não apenas das mãos, mas diretamente do coração... 
Porque é que me foi permitido sonhar?
Se tudo isto foi apenas para depois ser atirada de um penhasco, 
desde o cimo do castelo de nuvens 
que eu criei... 
Que na verdade não criei, porque não é material, porque não existe...
Mas as emoções foram tão reais. As memórias distorcidas ainda estão tão presentes. Eu vivi aqueles momentos... Mas esses momentos não existiram...

Dessas 3 vezes que sonhei, acordava contente por pensar que tinha sido real.
Ao cair em mim e aperceber-me de que a realidade era mais triste, 
Que eram só três míseros sonhos, 
fantasiosos, distantes, alegres
e impossíveis, ... 
A forma mais pura e bela da imaginação...

Mais ninguém, além de mim, sequer tem ideia de que sonhei. Três sonhos similares, que provavelmente serão esquecidos em poucas horas, nas profundezas do meu próprio inconsciente.
Três sonhos tão bonitos, contra apenas uma realidade tão cruel.

Não aguentei mais lidar com a perda de algo que não aconteceu. Algo que me foi concebido para depois apenas ser completamente destruído.

Nessas 3 vezes, voltei a dormir a desejar não voltar a ter este tipo de sonho.

Porque enfrentar a realidade era uma queda com mais impacto do que o vôo dessa alegria fundada nas nuvens.
Mas nessas três vezes, 
voltei a voar, 
voltei a sorrir, 
E voltei a cair ao acordar.

Ao quarto abrir de olhos, no período de poucas horas
à quarta queda destrutiva das maravilhosas ilusões, 
após três vezes ter sido tentada com os meus desejos mais profundos,
e após quatro vezes estes me terem sido retirados,

Não voltei a fechar os olhos
Não voltei a adormecer
Não voltei a sonhar

E vim para aqui escrever, fazer o luto...
De momentos que não ocorreram
Mas que existiram temporariamente entre sinapses neuronais
Entre um simples fechar e abrir de olhos.

2 comentários:

  1. Seu texto é uma expressão profunda das experiências de sonhar e enfrentar a realidade. É como se você tivesse construído mundos imaginários, cheios de cores e alegria, apenas para vê-los desmoronar cruelmente quando acordou. Suas palavras transmitem de forma vívida o conflito entre a felicidade dos sonhos e a tristeza da realidade, e é impressionante como você consegue compartilhar essas emoções de forma tão intensa na sua escrita. Obrigado por dividir conosco essa jornada de sonhos e desilusões.

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  2. oi ani, seu texto me faz lembrar de OP, como se você estivesse explorando ilhas misteriosas em sua mente, cheias de aventuras e emoções, apenas para acordar e perceber que elas desapareceram como as ilhas que surgem e desaparecem no mundo. to revendo muitos bloguinhos e descobri o seu, espero que volte a postar logo :3

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