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domingo, 27 de dezembro de 2020

externalização interna partilhada de momentos excessiva

    Porque é que temos a necessidade de documentar tudo aquilo que estamos a passar e partilhar com o mundo ao momento? Porque é que quando estou mal sinto uma urgência em escrever no twitter e passar figuras tristes? Porque é que me vitimizo tanto como se os meus problemas fossem mais do que os dos outros? Porque é que não consigo presenciar um momento alegre sem ter que partilhar, ainda que ninguém queira saber? Porque é que quero parecer bem aos outros e fazê-los pensar que estou super na vida, tal como eles? Porque é que procuramos constantemente a validação dos outros? Porque é que a opinião deles, que no fundo não são ninguém, importa? Porque é que se não for no twitter, procuro o blogger, ou um diário, ou falar com alguém? Porque é que não dá para guardar para mim? Porque é que fiquei compulsiva em ter de externalizar os momentos piores/melhores? Expor-me desta forma quase automaticamente... Enquanto estou vulnerável e sujeita a que tudo piore. Estamos miseráveis, mas as aparências enganam à facilidade de um clique. Estamos a rir no teclado mas indiferentes do outro lado. Conversamos animadamente por mensagem enquanto estamos destruídos por dentro com cara de quem está a pensar na morte da bezerra. A pressão envolta nas redes sociais é estranha. Eventos sociais também. Estamos tão próximos e tão distantes. O que era suposto quebrar barreiras e atravessar oceanos em questões de segundos está a criá-las bem à frente do nosso nariz, ao nosso redor. De repente, já nem sei ter conversas cara-a-cara. Agora também não está fácil devido à pandemia. É verdade... Estamos a enfrentar uma pandemia. O que dificulta tudo. E ainda por cima, quase já nem sei ter conversas comigo própria. Sou apenas um mero espectador de um filme, onde eu nem sequer sou a protagonista da minha história.

    Não sei nada. Tudo é estranho. Tudo... Tudo me confunde e entristece. É tudo uma confusão. Nem sei dizer o que sinto. Porque é que já não consigo usufruir de nada? E porque é que isso me incomoda agora? Porque é que parece tudo tão vazio e sem sentido nenhum? 
    Este mês, depois de um evento crítico, decidi que não iria tweetar mais até 2021.  De facto, decidi que não ia mais ao twitter, que ia apagar/desativar a conta, mas esse projeto falhou completamente. No entanto, a verdade é que fui capaz de não tweetar, nem retweetar, desde 1 de dezembro. A única coisa que tenho feito é dar fav e salvar tweets, ou responder a outras pessoas. Não é o ideal, porque não consegui cortar este vício completamente, e sinto necessidade (mesmo) de ir lá olhar, mas melhorou bastante em comparação a antes. Ainda tenho de pensar melhor no que irei fazer no próximo ano, se darei continuidade e conseguirei aumentar o grau de limpeza psicológica de redes sociais ou se irei aliviar e voltar a tweetar, como tinha pensado no começo. O problema é que acho que me faz mal, mas também algum bem... Não sei é dizer se este bicho papão faz mais mal ou bem. Acho que os dois, dependendo do dia...  Mas estou mais inclinada para o primeiro, e é por isso que estou a tentar cortar essa ligação meio tóxica e fazer uma dieta.
    É uma relação complicada. Vamos ver.
- Ani

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